O chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, almirante Mike Mullen, disse neste domingo (20) que a operação militar Odyssey Dawn (Aurora da Odisseia, em tradução aproximada), iniciada neste sábado (19), conseguiu impor "de fato" uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia. Isso significa que aviões das forças do ditador Muammar Gaddafi estão proibidos de decolar e podem ser abatidos pelos caças ocidentais.Mullen explicou em declarações à rede de televisão CNN que os ataques aéreos e marítimos realizados por EUA, França e Reino Unido conseguiram impor a zona de exclusão aérea, aprovada pela resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
O responsável militar americano indicou em outra entrevista à rede de televisão NBC que os bombardeios conseguiram anular as defesas aéreas do regime de Gaddafi.
Mullen ressaltou ainda que as forças aliadas estabeleceram patrulhas de combate aéreo sobre a cidade de Benghazi, principal reduto dos rebeldes que lutam contra Gaddafi.
O militar americano disse que as tropas leais ao líder líbio "já não estão marchando sobre Benghazi".
- As operações de ontem funcionaram muito bem.
Segundo o almirante americano, os aviões e helicópteros de Gaddafi não voaram nos últimos dias.
O chefe do Estado-Maior americano destacou que, de qualquer forma, o objetivo central da missão é proteger civis, bem como ajudar com os esforços humanitários, e não expulsar Gaddafi do poder.
O Pentágono (sede do Departamento de Defesa dos EUA) informou neste sábado que navios de guerra e submarinos de EUA e Reino Unido lançaram mais de 110 mísseis de cruzeiro Tomahawk contra os sistemas líbios de defesa antiaérea e atingiram mais de 20 alvos.
Bombardeios continuam neste domingo
Aviões das forças aliadas voltaram a bombardear as forças de Gaddafi neste domingo. As ações buscam enfraquecer as tropas que atacam os rebeldes concentrados na região de Benghazi, no nordeste do país.
De acordo com a agência de notícias France Presse, dezenas de veículos militares de Gaddafi foram destruídos por bombardeios nos arredores da cidade.
A ação dos aliados - Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália, Dinamarca e Canadá - começou neste sábado, após a aprovação do Conselho de Segurança da ONU.
Enquanto isso, um funcionário do governo líbio da área de saúde disse que o número de mortos nos ataques aéreos das forças ocidentais subiu de 48 para 64. As pessoas morreram em decorrência de seus ferimentos, então o total de mortos subiu.
O número não pôde ser verificado com fontes independentes.
Gaddafi promete longa guerra
Gaddafi afirmou neste domingo que a Líbia está preparada para manter uma "longa guerra" contra as forças aliadas ocidentais.
Em discurso transmitido pela televisão estatal líbia, Gaddafi prometeu uma vitória contra o que chamou de "novo nazismo" e disse que está "armando todos os líbios".
A Líbia se prepara "para uma longa guerra" que as forças aliadas não poderão enfrentar, declarou Gaddafi, em seu segundo discurso público desde a operação iniciada contra seu regime por forças internacionais e autorizada pela ONU (Organização das Nações Unidas) para proteger os civis líbios.
- Estamos em nossa terra. Os líbios estão unidos atrás de um comando unificado. Vamos lutar em uma frente ampla.
O líder prometeu vitória sobre os aliados, qualificando-os de "selvagens e criminosos".
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