sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Ministra italiana já fala em risco de fracasso na COP-16
ROMA - A 16ª Conferencia das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-16), que será realizada no fim deste ano na Cidade do México, corre o risco de fracassar, assim como a edição anterior, opinou nesta segunda-feira, 8, a ministra italiana do Meio Ambiente, Stefania Prestigiacomo.
Segundo Prestigiacomo, durante a 10ª edição do Fórum de Desenvolvimento Sustentável de Délhi, inaugurada na última sexta-feira na capital da Índia, as nações participantes perceberam as "rígidas imposições" para se chegar a um acordo sobre mudança climática.
"Por um lado, se busca um acordo vinculante (obrigatório) entre todos os países do mundo sobre a redução das emissões e, por outro, se propõe a renovação do Protocolo de Kyoto, do qual os Estados Unidos ficaram de fora", continuou a ministra, que enfatizou a necessidade de a comunidade internacional adotar "um novo critério. É impraticável o método que se seguiu até agora, com um duplo caminho".
Caso isto não ocorra, analisa Prestigiacomo, a COP-16, no México, "corre o risco de acabar sem resultados concretos, porque a China, a Índia e os Estados Unidos não aceitam negociações vinculantes".
A ministra apontou ainda o "grande risco" de se chegar a acordos que "não teriam nenhum efeito sobre o aquecimento global", como ocorreu na última reunião, a 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-15).
Realizada no fim do último ano na capital da Dinamarca, a COP 15 terminou, após dias de debates, sem um acordo concreto sobre metas de redução das emissões de gases poluentes.
"Grandes países, como a China e a Índia, precisam ser estimulados e, portanto, é necessário rever a metodologia usada para determinar quais os objetivos a serem alcançados", para evitar "um acordo impossível, como aconteceu em Copenhague", completou.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Siglas de copenhague

Saiba o significado de algumas siglas.
COP 15
é a sigla oficial da 15º Conferência das partes da convenção das Nações Unidas sobre Mudança do clima que aconteceu de 7 a 14 de dezembro de 2009, em Copenhague. As discussões serão realizadas com base em dados cientificos de clima fornecidos IPCC.
IPCC
Sigla em inglês para Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. É uma rede de 3 mil cientistas, de mais de 130 paises, que fornece ás lideranças mundiais estudos cientificos sobre efeitos e soluções possiveis para as mudanças no clima.
ANEXO 1
É a lista dos paises mais industrializados do mundo que assumiram compromissos para reduzir suas emissões de GEE.
UNFCCC
Sigla em inglês de Convenção-Quatro das Nações Unidas sobre a Mudança do clima, responsável por organizar todas as conferências sobre mudanças climáticas, inclusive a COP 15.
Tic Tac Tic Tac
Iniciativa da ONG campanha Global de Ações pelo Clima. Seu Objetivo é sensibilizar as lideranças mundiais para que a COP 15 traga decisões concretas de combate as mudanças climáticas.
REDD
Redução de Emissões por Desmatamento e degradação. Mecanismo criado para recompensar os paises que abrigam florestas para protegê-las do desmatamento. Prevê a remuneração pelas emissões evitadas de CO2, por meio da doação de recursos ou geração de créditos de carbono negociados em mercado.
MDL
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. Permite que os países do Anexo 1 invistam em projetos de redução de emissão em paises que não têm de cumprir metas, financiando tecnologias mais limpas e o uso de energias renováveis.
CO2e
Ou CO2eq é o CO2 equivalente, uma medida criada para expressar a quantidade de gás carbônico equivalente encontrado nos GEE.O metano, por exemplo, tem 21 vezes mais impacto no clima do que o CO2. Por isso, uma tonelada de metano corresponde a 21 toneladas de CO2 equivalente.
GtCO2e
Uma gigatonelada de CO2 equivalente.
GEE
Gases de Efeito Estufa. De acordo com o Protocolo de Kioto, seis deles já estão causando o aquecimento global e precisam tetr suas emissões reduzidas: dióxido de carbono, óxido nitroso, metano, hidrofluorcarboneto, perfluorcarboneto e hexofluor sulfuroso.
PPM
Partes por milhão. Referência métrica para a concentração de um determinado GEE na atmosfera. Estima-se que desde a Revolução Industrial a concentração de CO2 na atmosfera do planeta tenha saltado de 280 ppm para quase 400 ppm, acelerando os efeitos das mudanças climáticas.
CO2
Dióxido de carbono, ou gás carbônico, Incolor e inodoro, e o gás que mais contribui para o aquecimento global quando liberado na atmosfera pela queima de combustiveis fósseis. Representa mais da metade dos gases de efeito estufa na atmosfera.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
sábado, 23 de janeiro de 2010
Ipcc

Cientista-chefe do IPCC descarta renúncia após erro sobre geleiras
Relatório de 2007 trazia previsão incorreta sobre degelo do Himalaia.
Painel de especialistas em clima ganhou prêmio Nobel no mesmo ano.
O chefe do painel da Organização das Nações Unidas de cientistas do clima prometeu neste sábado (23) tornar mais rígidos os procedimentos de pesquisas, mas descartou deixar o cargo após um uma projeção errônea de que as geleiras do Himalaia desapareceriam até 2035.
Um relatório de 2007 do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) informou que o aquecimento global poderia causar o desaparecimento de milhares de geleiras se o seu ritmo não diminuísse.
Rajendra Pachauri, chefe do painel, disse a repórteres em Nova Délhi que lamentou a inclusão da previsão no relatório, mas afirmou que o erro não deve ocultar as evidências de que as mudanças climáticas são, de fato, uma ameaça.
"Nossos procedimentos são muito rigorosos, eles são muito sólidos", disse. "Tudo o que precisamos nos certificar é do fato de que nos dedicaremos para implementar esses procedimentos."
Pachauri se esquivou de perguntas sobre se o erro poderia fortalecer os céticos do aquecimento global e poderia fazê-lo renunciar.
"Pessoas racionais veem o todo. Elas não serão distraídas por esse erro, que, claro, é lamentável", disse. "Não tenho a intenção de deixar a minha posição."
A Índia e alguns pesquisadores do clima criticaram o IPCC por exagerar no encolhimento das geleiras do Himalaia, cujo descongelamento sazonal fornece água para nações como a China e a Índia. Se as geleiras sumissem, afetariam grandemente, na Ásia, o escoamento da água vital para a irrigação.
Falhas nos relatórios do IPCC podem ser muito danosas, pois as descobertas do órgão são um guia para políticas governamentais. Em seu relatório de 2007, o IPCC disse estar mais de 90% certo de que o ser humano era a principal causa do aquecimento global, principalmente pelo uso de combustíveis fósseis.
O polêmico parágrafo diz: "As geleiras do Himalaia estão retrocedendo mais rápido do que em qualquer outra parte do mundo e, se o ritmo atual permanecer, a probabilidade de seu desaparecimento até o ano de 2035 e talvez antes é muito alta, se a Terra continuar se aquecendo no ritmo atual".
Líderes do IPCC notaram que tal previsão sobre as geleiras não entrou no resumo final para os governos, em 2007.
Em comunicado anterior, Pachauri afirmou que o erro ocorreu porque os procedimentos não foram corretamente seguidos, e descartou a possibilidade de mais falhas. "A possibilidade é mínima, se não inexistente", disse. "Revisaremos e fortaleceremos nossos processos daqui em diante."
COP 15
Novidade cadastrada em 27/11/2009 09:53:38
A pouco mais de uma semana do início da Conferencia do Clima COP-15 em Copenhagen e depois de muitas criticas os EUA apresentaram seus números para redução das emissões de CO2, 17% até 2020 em relação a 2005 e anunciaram que o presidente Barack Obama comparecerá ao encontro. Um dia depois a China também apresentou sua disposição de cortar de 40% a 45% do CO2 por unidade de PIB até 2020.Dizem alguns diplomatas que esta mudança de postura foi tomada, pelos dois maiores emissores mundiais, após a apresentação dos números de redução de CO2 do Brasil (32% a 39%). Esta chuva de números de redução de emissão de CO2 parece ótima mais na verdade o que estamos vendo e um grande show para a mídia mundial, clara que números significam comprometimento, mais teremos vários outros pontos importantes a serem tratados em copenhagen, como: Se o conjunto de metas de emissões de todos os paises serão suficientes para manter a temperatura media do planeta abaixo de 2ºC.O grau de comprometimento dos paises ricos em financiar e transferir tecnologia aos paises em desenvolvimento e pobres, entre outras.Devido a todas estas questões a conferencia do clima de Copenhagen esta sendo considerada o mais complexo acordo já tentado, assim espera-se que a conferencia produza apenas um acordo de intenções com compromissos reais somente no final de 2010.
COP 15
Após criticas EUA e China falam em acordos para COP-15 em Copenhagen
Novidade cadastrada em 18/11/2009 07:49:43
Folha de S. Paulo - Raul Juste Lores e Claudio AngeloEstados Unidos e China, os dois maiores poluidores do planeta, anunciaram ontem em Pequim que aceitam estipular metas para emissão de gases causadores do efeito estufa.O comunicado dos presidentes Barack Obama e Hu Jintao foi feito dois dias depois que as duas potências decidiram enterrar a cúpula do clima de Copenhague, marcada para dezembro, propondo que seu resultado seja só um acordo político, sem efeito legal.Ontem, Obama afirmou que não quer só uma declaração de intenções em Copenhague."Nossa intenção não é de um acordo parcial ou uma declaração politica, mas sim um acordo abrangente, que tenha efeitos imediatos", disse Obama, em entrevista coletiva com Hu.Não deu mais detalhes e perguntas não foram permitidas.No comunicado conjunto, os presidentes disseram que o acordo em Copenhague deve incluir metas para redução de emissão de gases-estufa para os países desenvolvidos e um plano de ação para reduzir as emissões de países em desenvolvimento. E que o diálogo entre os dois países inclui assistência financeira a países em desenvolvimento e a promoção de novas tecnologias, além de proteção a florestas tropicais.Hu disse que China e EUA concordaram e expandir a cooperação em energia e mudança climática para "ajudar a produzir um resultado positivo na conferência de Copenhague".A China e os EUA respondem, juntos, por 40% das emissões de gás carbônico do globo. Sem compromissos ambiciosos de redução por parte de ambos, nenhum acordo terá efeito.E os EUA não estão indo a lugar nenhum. Apesar de ter feito do clima uma prioridade de sua campanha, Obama depende, para agir, da aprovação da lei de mudanças climáticas pelo Senado, que só deve acontecer em 2010. Sem EUA, não há China.Além disso, há outros obstáculos ao acordo, principalmente no tocante ao financiamento do combate à mudança climática nos países pobres.A própria anfitriã da cúpula do clima, a Dinamarca, sucumbiu. Seu premiê, Lars Rasmussen, propôs um acordo "politicamente vinculante", que deixaria o pacto legal para 2010.Ontem, no final de uma reunião de ministros de 44 países em Copenhague, que incluiu o Brasil, a ministra do Clima da Dinamarca, Connie Hedegaard, fez as vezes de otimista."Houve um mal-entendido por alguns de que estivéssemos querendo um acordo parcial. Não é nosso plano. Nós queremos entregar respostas para todos os problemas principais, e também queremos um mandato para tentar dar forma legal a tudo isso", afirmou. Hedegaard citou como exemplo de vontade política a meta brasilleira de cortar até 39% das emissões em relação à trajetória em 2020."Um acordo político não sobreviverá à próxima eleição, à próxima recessão ou ao próximo desastre natural", criticou Kim Carstensen, do WWF. "O que nós precisamos é de um acordo legal." Segundo ele, há tempo. "Os rumores sobre a morte de Copenhague foram enormemente exagerados."Mas outros países ricos já aceitaram o acordo político."Nós queremos um tratado legalmente vinculante, queremos obtê-lo em Copenhague. Mas, na prática, isso não será possível em Copenhague, então queremos números e metas de redução de emissões. Também queremos números para financiamento", disse Aled Williams, porta-voz do Departamento de Energia e Clima do Reino Unido. Os britânicos querem que os líderes também estabeleçam em Copenhague um prazo para o acordo final.
COP 15
Brasil levará para Copenhague meta de redução de emissões de até 38,9%
Novidade cadastrada em 14/11/2009 20:05:04
O Estado de S. Paulo - Afra BalazinaO Brasil vai levar para a Conferência do Clima de Copenhague (Cop 15) o compromisso de reduzir suas emissões de gases que provocam o aquecimento global entre 36,1% e 38,9% em relação ao que o País emitiria em 2020 se nada fosse feito. Na prática, a redução anunciada resultará na diminuição do lançamento para a atmosfera de cerca de 300 milhões de toneladas de gases de efeito estufa em relação ao que o País emitiu em 2005 - o que representa uma queda de 15% no período. A meta é menos ambiciosa proporcionalmente do que a do Estado de São Paulo, que adotou uma lei que prevê redução de 20% nas emissões até 2020, em relação a 2005.No cenário internacional, porém, o compromisso brasileiro é, até agora, o mais audacioso dos países em desenvolvimento. A China já anunciou diversas ações para reduzir suas emissões, mas ainda não falou em números.A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou que "o esforço chinês é significativo, mas está na faixa de 16%, 17%". E a Índia defende que tem o direito de poluir para crescer. Segundo o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, a meta é mais forte até que a de alguns países desenvolvidos, como os Estados Unidos. Para ele, só com a redução do desmate o País vai diminuir as emissões numa ordem de grandeza equivalente ao que está sendo proposto pelos americanos. Para atingir o objetivo, o governo federal pretende reduzir o desmatamento da Amazônia em 80% e, pela primeira vez, falou em cortar o desmate no Cerrado em 40%. Há medidas ainda na área de agropecuária, energia e siderurgia. Dilma fez o anúncio da meta que ela chamou de "voluntária", ou seja, que não poderá ser cobrada internacionalmente, ontem, em São Paulo. Ela se reuniu na cidade com o presidente Lula e outros representantes do governo. "Agora vamos fazer uma avaliação para definir fontes de financiamento e datas (o cronograma de implementação das ações). Uma das questões mais importantes é que as ações sejam factíveis." Na opinião do ministro Carlos Minc, as negociações climáticas enfrentam hoje "um certo baixo-astral" e o anúncio brasileiro pode ajudar. "Não sejamos ingênuos. A negociação é complexa e não é isso que vai resolver. Mas pode fazer a diferença em termos de ânimo." Os países em desenvolvimento, de acordo com a Convenção do Clima da ONU, não são obrigados a adotarem metas. Porém, as nações industrializadas pressionam os emergentes, grandes emissores de gases-estufa, para que também apresentem objetivos concretos.Segundo cientistas, um aumento de mais de 2°C na temperatura do planeta será desastroso - haverá mais temporais e maior desertificação. Por isso, é preciso reduzir as emissões de gases-estufa - o principal deles é o CO2 - provocadas pelas atividades humanas.