sábado, 19 de março de 2011

Japão detecta alto nível de radioatividade em alimentos perto de Fukushima

Apesar da preocupação, governo diz que níveis não chegam a afetar a saúde
O governo do Japão detectou altos níveis de radioatividade em leite e produtos agrícolas perto da usina nuclear de Fukushima, embora tenha assegurado que a contaminação "não representa risco imediato".

O porta-voz do governo japonês, Yukio Edano, disse neste sábado (19) que o governo tomará as medidas adequadas e não descarta possíveis restrições na distribuição de produtos da região.
Edano precisou que na tarde de sexta-feira (18) se detectou um "alto nível de radiação" em leite produzido em Fukushima, e, neste sábado, em espinafres cultivados na vizinha província de Ibaraki.

O anúncio acontece em meio à preocupação com a possível exposição da população à radioatividade após o acidente nuclear da usina de Fukushima, afetada pelo terremoto e o posterior tsunami do dia 11.

O Ministério da Saúde enviou especialistas a Fukushima e a Ibaraki para que realizem uma investigação no terreno, enquanto as autoridades provinciais estudam quais medidas adotar. Edano assegurou que o governo continuará compilando dados sobre os níveis de radiação em alimentos para coordenar suas políticas e evitar que se propaguem rumores que afetem injustamente outros produtores locais.

Japão tenta religar energia em Fukushima

Técnicos japoneses conseguiram religar o sistema de resfriamento nos reatores 5 e 6 da usina de Fukushima, e agora batalham para fazer o mesmo nos demais e retomar o funcionamento de cabos de energia fora de serviço. A intenção é bombear água para as piscinas onde ficam os reatores, em mais uma tentativa de conter o superaquecimento e o vazamento de radiação.

O acidente no Japão já é tão grave quanto o de Three Mile Island, em 1979, nos Estados Unidos, de acordo com autoridades japonesas, usando a escala de classificação da AIEA.

Cerca de 300 técnicos trabalham no complexo de Fukushima, expondo a própria saúde ao perigo da radiação. Mais cem homens se uniram à tarefa neste sábado. Aproximadamente 200 mil pessoas foram retiradas de um raio de 20 km ao redor da usina.

O complexo de Fukushima foi danificado pelo tsunami e pelo forte terremoto de 9 graus que atingiu o país há uma semana. O desastre deixou quase 7.000 mortos e mais de 10 mil desaparecidos.

Governo

O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, disse nesta sexta-feira estar convencido de que o país será "capaz de emergir da crise" após o terremoto.

Kan reconheceu que a crise nuclear da usina de Fukushima Daiichi é "grave", mas se mostrou com esperanças de que "os problemas sejam resolvidos em breve". Em seu discurso pela televisão, ao vivo, ele também fez um apelo à unidade dos japoneses e afirmou que "não há espaço para o pessimismo nesta crise".

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